sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Sequência Emocional - Introdução

Dentro da terapia psicanalítica a sequência emocional assume importante papel na análise dos problemas e sintomas trazidos pelo paciente. 
Ela começou  a ser formulada por Freud e está espalhada nas suas diversas publicações.
A sequência emocional é um modelo que designa uma série de emoções e sentimento que formam um encadeamento de consequências que pode girar infinitamente, caso não seja solucionada, na vida de uma pessoa deixando a sensação de algo nunca resolvido.
Eis a sequência emocional:
Quando uma pessoa não tem o seu DESEJO satisfeito entra  num estado de FRUSTRAÇÃO que leva ao ÓDIO  e sua consequente ação, ou seja, a DESTRUIÇÃO (Ação do ÓDIO). A partir daí surge a CULPA (sentimento de) que vai gerar a AUTOPUNIÇÃO (ou Autossabotagem) que leva à necessidade de REPARAÇÃO.
Esquematicamente:

DESEJO
I
FRUSTRAÇÃO
I
HOSTILIDADE
I
DESTRUIÇÃO
I
CULPA
I
AUTOPUNIÇÃO
I
REPARAÇÃO

A sequência emocional pode não se fechar com um processo de reparação, levando a pessoa a viver novamente os mesmos sentimentos quando de uma nova experiência que se associa à representação da vivência anterior. 
Mas como isso é possível?
Veremos nas próximas postagens mais detalhes de cada um desses elementos da Sequência Emocional e a resposta a essa pergunta.

(Evandro Marcon - Psicanalista)

sábado, 4 de outubro de 2014

Equilíbrio Psicoemocional e Autoconhecimento

Nossa tendência, enquanto seres humanos, é nos apegarmos ao que já conhecemos e mantermos isso como verdade final e absoluta.
No entanto, vivemos em um mundo em que tudo muda o tempo todo e o crescimento da informação se dá de forma exponencial. Para se ter uma ideia,  hoje, a cada dois dias, criamos a mesma quantidade de informação relativa ao período que vai desde o princípio da humanidade até o ano de 2003.
Mais do que uma era da informação, vivemos atualmente, uma era da inovação.
Algumas questões se fazem presentes, então:
O que fazer com as novas informações que são produzidas constantemente e que invadem o meu cotidiano? Como eu sobrevivo neste mundo?
Além do pensamento crítico, criatividade e conexão com as pessoas e a tecnologia, há que se buscar o equilíbrio psicoemocional.
O equilíbrio psicoemocional passa pelo entendimento de alguns conceitos fornecidos pelos estudos psicanalíticos, tais como:
Ø tudo o que sou/tenho vem da busca que faço pela aprovação de meus pais ou de quem meus pais aprovavam: faça o teste com você e veja se isso não é verdadeiro!
Ø o funcionamento de nosso aparelho psíquico
Ø a posição em que me encontro no Complexo de Édipo.
Ø a sequência emocional após não ter conseguido satisfazer um desejo.
Ø qual princípio rege minha vida: O Princípio do Meu ou o Princípio do Próximo?
Quanto mais entendermos nossa vida psicoemocional maior será nossa qualidade de vida e mais no comando de nossa existência estaremos, migrando de um patamar mais instintivo para um patamar de maior consciência do que somos e o real sentido de nossa vida.
Existem diversas alternativas no mundo atual que podem me ajudar nesse processo de crescimento pessoal, como yoga, meditação e terapia entre outras.
O importante é não se sentir vítima das circunstâncias, mas buscar o autoconhecimento.
"Só a experiência própria é capaz de tornar sábio o ser humano" (Freud).

(Evandro Marcon - Psicanalista)

domingo, 17 de agosto de 2014

Terapia: necessidade ou luxo?

No senso comum fazer terapia tem, muitas vezes, uma conotação negativa (é coisa para louco, de quem não tem qualidade no equilíbrio emocional, etc), indicando que a pessoa que faz terapia tem um qualificativo que a deprecia como ser humano ou que é um luxo para aqueles que podem pagar.
Desde a Grécia Antiga Sócrates já chamava a atenção com o seu famoso jargão "Conhece-te a ti mesmo".  Fazer terapia pode e deve levar a pessoa que a ela se propõe a um profundo contato com si mesma e à busca de equilíbrio emocional. Neste sentido, será que, de certa forma, todos nós não precisamos de um processo terapêutico que nos harmonize e nos indique o caminho do autoconhecimento?

(Evandro Marcon - Psicanalista)